Pesquisadoras da USP Visita Água Boa

PESQUISADORASNo dia 27 de março de 2017, as Pesquisadoras da USP, Fernanda Viegas Reichardt, Pós-Doutora do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Coordenadora da Subárea de Pesquisa de Legislação Socioambiental do Projeto XINGU, juntamente com Gabriela Ramos Andrade, Graduanda em Gestão Ambiental da Universidade de São Paulo e bolsista de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, se reúnem com a Equipe de Projetos Ambientais da Prefeitura, a Eng. Sanitarista Áurea Soares de Campos Pós-graduada em Saúde Pública (Faculdades CATHEDRAL) e em Gestão Pública Municipal (UFMT), e o Eng. Ambiental Rodrigo Rebelatto Silva, Pós-graduando em Recursos Hídricos e Engenharia Sanitária (InCursos) a fim de levantar dados para subsidiar a pesquisa que vem sendo realizada pela USP em parceria com a Universidade Nova de Lisboa – Portugal.

A proposta feita ao Município de Água Boa pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo [USP] está vinculada ao Projeto Temático “XINGU Project: Integrating land use planning and water governance in Amazonia: towards improved fresh water security in the agricultural frontier of Mato Grosso”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo [FAPESP] e Belmont Forum - grupo formado por algumas das principais agências financiadoras de projetos de pesquisa sobre mudanças ambientais no mundo, entre as quais a FAPESP.

 

Dentro da perspectiva de que os recursos hídricos desempenham um papel crucial para a existência da vida e de sua continuidade no planeta, o Projeto parte do pressuposto de que a sustentabilidade desses recursos depende do modo como os mesmos são geridos, numa perspectiva integrada dos aspectos biofísicos, econômicos e sociopolíticos ali envolvidos. Para tanto, o Projeto prevê, a criação de 'espaços de negociação' e comprometimento entre os diferentes grupos sociais do Alto Xingu no que concerne ao uso e gestão da água, considerando-se as necessidades dos diferentes usuários e as demandas ambientais.

Num mundo cada vez mais complexo com recursos naturais cada vez mais escassos, há que aglutinar esforços entre universidades, organizações e comunidade na busca de processos mais sustentáveis, [considerando-se os quatro pilares da sustentabilidade: ambiente; economia; sociedade e cultura]. Os desafios socioambientais e de desenvolvimento exigem uma gestão conjunta, eficaz, coerente e vinculada a respostas políticas transversais no âmbito do desenvolvimento sustentável. Processos de colaborativos para o desenvolvimento de políticas públicas conjuntas, pela criação de espaços de dialogo permitem a construção de aprendizagens coletivas em que todos se reveem.

A proposta atual tem como caraterística fundamental promover o diálogo entre pesquisadores das ciências sociais e naturais e atores sociais da região, tendo como referencial a "Governância Colaborativa". Este conceito teórico é entendido como um filtro institucional, mediador das ações humanas nos processos biofísicos.

Para atingir o objetivo geral do Projeto Xingu, é oportuno, a partir dos dados levantados pelos pesquisadores proporcionado pelo extenso trabalho de campo realizado, e dos conhecimentos e saberes locais, promover o pensar de modo coletivo, e estabelecer um esquema onde uma ou mais entidades mobilizam atores sociais chave num processo decisório, deliberativo, visando a construção de consenso, que terá como objetivo fazer ou implementar políticas públicas conjuntas ou co-gestão de programas para os recursos em questão.

A presença da Pesquisadora Lia Vasconcelos, da Universidade Nova de Lisboa, com ampla experiência na condução de projetos semelhantes, e tendo como base a aplicação prática efetiva do referencial teórico da "Governância Colaborativa", permitirá o treinamento dos pesquisadores e da população envolvida e a coordenação de ações nesse sentido.

Busca-se que Atores Públicos e Privados trabalhem coletivamente, promovendo a articulação de conhecimentos e a partilha de visões, apoiado em Métodos Colaborativos de Decisão.

Diante disso, os Técnicos da Prefeitura Municipal de Água Boa, não tem medido esforços para que o Projeto seja um sucesso, o que promoverá um grande ganho à comunidade local e ao meio ambiente.