Cristiane Cândido-ASCOM

Saúde

29 Agosto 2025

A enfermeira Patrícia Torres, da Secretaria Municipal de Saúde de Água Boa, concluiu nesta sexta-feira (29), uma especialização pioneira em hanseníase, que formou 34 profissionais de diversas áreas da saúde para um cuidado mais integral e qualificado das pessoas com a doença.

Organizada pela Escola de Saúde Pública de Mato Grosso, unidade mantida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), a especialização teve início em 22 de maio de 2024 e foi concluída em 28 de agosto de 2025, com um total de 392 horas de curso presencial. Participaram profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) atuantes nas redes de atenção à saúde de todo o estado, incluindo médicos, dentistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas e enfermeiros.

Silvia, superintendente da Escola de Saúde Pública de MT, destacou a relevância da formação:
"Estamos encerrando uma especialização que é um marco mundial, pois pela primeira vez formamos um grupo multiprofissional, com assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros e cirurgiões dentistas, para cuidar melhor das pessoas com hanseníase. Celebramos mais uma iniciativa inédita do Governo de Mato Grosso."

Para a enfermeira Patrícia Torres, a oportunidade foi muito gratificante:
"Foi muito gratificante para mim essa oportunidade que a prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde de Água Boa me proporcionou de participar de um curso pioneiro, que reúne profissionais de várias áreas e cidades do Mato Grosso. Conheci colegas de diferentes profissões e lugares, e essa troca ampliou nosso olhar para o cuidado integral que o paciente com hanseníase precisa."

Ela também ressaltou a importância da formação para o combate à doença, que é um desafio para o estado:
"O Brasil é o segundo país no mundo em número de casos de hanseníase, ficando atrás apenas da Índia. Mato Grosso é o estado com o maior número de casos no país. Mas vejo isso como uma oportunidade, pois mostra o incentivo do governo estadual em capacitar profissionais com olhar atento à hanseníase. Sem esse olhar, o diagnóstico pode não ser feito, e o paciente acaba não sendo tratado adequadamente."

Patrícia explica que a detecção precoce é fundamental para prevenir sequelas irreversíveis da doença:
"A hanseníase é uma doença neurológica, que afeta os nervos e pode causar manchas na pele, mas não se resume a isso. Se o diagnóstico demora, o paciente pode desenvolver sequelas que comprometem movimentos simples do dia a dia, como escovar os dentes, pentear o cabelo e até caminhar. Por isso, quanto mais profissionais capacitados tivermos no município e no estado, mais cedo poderemos detectar e tratar os casos, garantindo melhor qualidade de vida aos pacientes."

A enfermeira ainda destaca a expectativa para futuras edições do curso:
"A Escola de Saúde Pública já planeja abrir um novo edital para esse curso interprofissional de cuidado integral em hanseníase. Espero que mais profissionais de Água Boa possam participar e contribuir para o fortalecimento do atendimento especializado em nossa região."