CAPS de Água Boa participa de supervisão clínico–institucional da ESP/MT

O Centro de Atenção Psicossocial- CAPS I Vida Nova, da cidade de Água Boa foi um dos 10 contemplados com o recurso da supervisão clínico – institucional ofertado pela Escola de Saúde Pública do Mato Grosso (ESP/MT), através do seu Projeto de Educação Permanente - Programa de Qualificação em Saúde Mental, durante 10 meses. 

Em Água Boa a supervisão aconteceu por meio da psicóloga Laura Araujo Geszti, começando em 2022 e finalizando em julho de 2023, com encontros semanais. O Projeto é coordenado por Rita Meurer Victor - COEPE/ESPMT e Maria Aparecida das Gracas Correa Milhomem - COAPRE/SES.

“A proposta dos encontros, se baseou na transmissão de conceitos psicossociais (em detrimento ao modelo asilar biomédico, na tentativa de construir uma nova maneira de cuidar em saúde mental, na qual fossem consideradas estratégicas relativas ao cuidado em liberdade, dentro da lógica territorial e na perspectiva da inclusão social) e na construção do conhecimento coletivo, partindo das dificuldades encontradas pela equipe do CAPS em seu cotidiano de trabalho”, explicou Laura. 

Ainda de acordo com Laura, “as transformações apontadas pela Reforma Psiquiátrica Brasileira são muitas, mas elas só poderão vicejar efetivamente na direção a um modelo psicossocial com ações permanentes, sustentadas também, pelo que aqui estamos destacando: a supervisão clínico-institucional.”   

Sendo assim, este dispositivo atua apoiando a proposta de uma gestão partilhada da clínica, que possa auxiliar a equipe a enfrentar os impasses institucionais frequentes no contexto diário do trabalho. A supervisão ainda deve enfatizar a construção de projetos terapêuticos que articulem os conceitos de sujeito, rede, território e autonomia dentro do escopo da política de saúde pública em vigor, o SUS.

Laura informou que a supervisão junto ao CAPS I Vida Nova, buscou contribuir com a qualificação e a potencialização da equipe, considerando que serviços de saúde mental deste gênero atuam junto a situações complexas e precisam responder de forma análoga. “Neste sentido, o dispositivo da supervisão deve ser constante, participando das práticas de apoio à equipe e por consequência também aos usuários do serviço.”

A equipe agradeceu a supervisora pelos diversos ensinamentos e aprendizados. “São muitos os desafios que surgem no cotidiano laboral e a Laura nos trouxe a importância de aumentar o diálogo entre a rede, de trabalhar o cuidado compartilhado. A supervisão também foi fundamental para que desenvolvêssemos mais ferramentas terapêuticas na unidade”, explicaram.

Além disso, salientaram que “o trabalho na Saúde Mental é um campo de incertezas e não de generalizações, pois parte de sujeitos e de singularidades. Sobre esse aspecto a equipe técnica do CAPS I Vida Nova, evidencia a importância da construção de espaços para a problematização e discussão do processo de trabalho em Saúde.